Saudações blogosas! Venho-vos
trazer, hoje uma questão, que é para mim muito importante. E agora pensam vós,
os milhões… não… biliões de leitores deste blogue, “porque raio há-de este gajo
considerar o pokémon uma coisa importante?”. Pois bem é isso que tenciono
responder através de uma (ou duas) muralha(s) de texto.
Lançado no japão com duas versões
(Red e Green) em 1996 Pokémon consiste num videojogo, com uma premissa muito
simples: apanhar todos os pokémons com as famosas pokéballs, treiná-los e
evoluí-los, e ser o melhor treinador de pokémons da região derrotando os 8
líderes de gyms das diferentes cidades, a elite 4 e o actual campeão. O que são
pokémons? São as criaturas que habitam o universo do jogo e existiam nesta
primeira geração do jogo. São 151 diferentes com 12 types distintos, cada um
com as suas forças e fraquezas: Grass, Fire, Water, Normal, Flying, Ground,
Rock, Poison, Fighting, Psychic, Ice, Dragon, Electric, Bug e Ghost. O jogador
está na pele de um personagem (denominado em canon como Red) e começa a sua
aventura em Pallet Town. A pedido do professor Oak, Red e Blue (o rival de Red)
têm como objectivo da sua viagem e aventura completar a enciclopédia de
pokémons: a pokédex. No entanto o professor avisa os personagens para nunca se
esquecerem de tratar os seus pokémons com carinho e respeito, mensagem esta
repetida vezes sem conta durante o jogo e muitas outras mensagens positivas que
reforçam o laço que o treinador e os pokémons devem ter e fortalecer e é esse
laço de amizade e de confiança que torna o treinador e os seus pokémons
verdadeiras forças da natureza.
Dois anos mais tarde estes jogos são lançados
no resto do mundo com gráficos e jogabilidade bastante melhorados, e bugs
corrigidos saiu a versão Red e Blue em 1998. Tornou-se um grande sucesso e era
conhecido em qualquer parte do mundo, sendo o jogo mais vendido de sempre para
o gameboy.
Lançado no mundo em 1998 para a consola portátil da nintendo: Gameboy |
Em 2000 saiu para todo o mundo a
sequela destes famosos jogos: Pokemón Gold e Silver, com uma plot parecida com
a dos jogos anteriores, a adição da região de Johto e 100 novos pokémons e uma
nova aventura, mas algo de muito familiar aconteceu nesta história, o
personagem principal, Gold, tornou-se vitorioso sobre todos os adversários e,
mais uma vez, a mensagem manteve-se, transmitida de forma inversa com o rival,
Silver, a ser derrotado sempre pelo herói porque tratava de forma injusta e
horrível os seus pokémons. Desta vez foi Lance, o treinador de Dragon Type
Pokémon e Champion da Pokémon League a destacar a importância dos laços entre
os pokémons e os seus treinadores e, assim, a força do treinador e dos seus
pokémons e os fracassos de Silver demonstraram aos outros personagens e a este
último a importância de ser justo, amigo e fiel aos pokémons que lutam, seja
pela honra do treinador ou deles mesmos, ou pela amizade que nutrem uns pelos
outros ou a ambição que estes partilham em ficar mais fortes juntos e em
cumprir os objectivos e sonhos que se tornaram possíveis pelo laço forte de
amizade que os une.
Considerando estas mensagens
nobres todos os pokémons e, sendo estes os animais desse universo que passam
pelas adversidades que o herói passa tal como nós passamos com os nossos
animais e que tudo fazem para nos proteger e ajudar, quase instintivamente. Não
é esse um laço invejável para todos os que abandonam os animais domésticos à
sua sorte depois de os adoptarem e não conseguirem arcar com as
responsabilidades? Por isso não partam para a violência, nem para o ódio pois
isso só acrescenta mais do mesmo num ciclo vicioso no qual o ser humano parece estar
preso. Em vez disso tentem sensibilizar os outros através dos vossos actos e
palavras benéficas para os vossos amigos, porque tal como os pokémons no
videojogo são mais do que pokémons treinados pelos seus treinadores eles são
também seus amigos e assim devem pensar as pessoas que adoptam um animal
doméstico seja ele uma cobra, um gato, um pássaro, um cão, etc. Através desses
laços, criam-se amizades invejáveis, quebram-se barreiras, gozam-se os bons
momentos e ultrapassam-se os maus e, só assim, pode ser sensibilizada a gente
que abandona os seus amigos e, apesar de muitas delas serem dificilmente
sensibilizadas outras certamente o serão ao verem a crueldade dos actos dessas
pessoas e a solidão e o vazio que isso lhes trás.
Agora surgem outras questões, no
entanto, a esta analogia feita pelo videojogo. Estarão os animais sujeitos
também ao mesmo que os pokémons no videojogo? E a questão das pokéballs? Os
pokémons também não estão presos aos seus treinadores contra a vontade deles?
Se sim, onde está a moral nisso? Bom meus amigos, isso ficará para a parte
dois deste post.