quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Pokémon: Infantil ou ético e moralmente superior? Parte 1


Saudações blogosas! Venho-vos trazer, hoje uma questão, que é para mim muito importante. E agora pensam vós, os milhões… não… biliões de leitores deste blogue, “porque raio há-de este gajo considerar o pokémon uma coisa importante?”. Pois bem é isso que tenciono responder através de uma (ou duas) muralha(s) de texto.


Lançado no japão com duas versões (Red e Green) em 1996 Pokémon consiste num videojogo, com uma premissa muito simples: apanhar todos os pokémons com as famosas pokéballs, treiná-los e evoluí-los, e ser o melhor treinador de pokémons da região derrotando os 8 líderes de gyms das diferentes cidades, a elite 4 e o actual campeão. O que são pokémons? São as criaturas que habitam o universo do jogo e existiam nesta primeira geração do jogo. São 151 diferentes com 12 types distintos, cada um com as suas forças e fraquezas: Grass, Fire, Water, Normal, Flying, Ground, Rock, Poison, Fighting, Psychic, Ice, Dragon, Electric, Bug e Ghost. O jogador está na pele de um personagem (denominado em canon como Red) e começa a sua aventura em Pallet Town. A pedido do professor Oak, Red e Blue (o rival de Red) têm como objectivo da sua viagem e aventura completar a enciclopédia de pokémons: a pokédex. No entanto o professor avisa os personagens para nunca se esquecerem de tratar os seus pokémons com carinho e respeito, mensagem esta repetida vezes sem conta durante o jogo e muitas outras mensagens positivas que reforçam o laço que o treinador e os pokémons devem ter e fortalecer e é esse laço de amizade e de confiança que torna o treinador e os seus pokémons verdadeiras forças da natureza. 



Dois anos mais tarde estes jogos são lançados no resto do mundo com gráficos e jogabilidade bastante melhorados, e bugs corrigidos saiu a versão Red e Blue em 1998. Tornou-se um grande sucesso e era conhecido em qualquer parte do mundo, sendo o jogo mais vendido de sempre para o gameboy.


Lançado no mundo em 1998
 para a consola portátil da nintendo: Gameboy


Em 2000 saiu para todo o mundo a sequela destes famosos jogos: Pokemón Gold e Silver, com uma plot parecida com a dos jogos anteriores, a adição da região de Johto e 100 novos pokémons e uma nova aventura, mas algo de muito familiar aconteceu nesta história, o personagem principal, Gold, tornou-se vitorioso sobre todos os adversários e, mais uma vez, a mensagem manteve-se, transmitida de forma inversa com o rival, Silver, a ser derrotado sempre pelo herói porque tratava de forma injusta e horrível os seus pokémons. Desta vez foi Lance, o treinador de Dragon Type Pokémon e Champion da Pokémon League a destacar a importância dos laços entre os pokémons e os seus treinadores e, assim, a força do treinador e dos seus pokémons e os fracassos de Silver demonstraram aos outros personagens e a este último a importância de ser justo, amigo e fiel aos pokémons que lutam, seja pela honra do treinador ou deles mesmos, ou pela amizade que nutrem uns pelos outros ou a ambição que estes partilham em ficar mais fortes juntos e em cumprir os objectivos e sonhos que se tornaram possíveis pelo laço forte de amizade que os une.





Considerando estas mensagens nobres todos os pokémons e, sendo estes os animais desse universo que passam pelas adversidades que o herói passa tal como nós passamos com os nossos animais e que tudo fazem para nos proteger e ajudar, quase instintivamente. Não é esse um laço invejável para todos os que abandonam os animais domésticos à sua sorte depois de os adoptarem e não conseguirem arcar com as responsabilidades? Por isso não partam para a violência, nem para o ódio pois isso só acrescenta mais do mesmo num ciclo vicioso no qual o ser humano parece estar preso. Em vez disso tentem sensibilizar os outros através dos vossos actos e palavras benéficas para os vossos amigos, porque tal como os pokémons no videojogo são mais do que pokémons treinados pelos seus treinadores eles são também seus amigos e assim devem pensar as pessoas que adoptam um animal doméstico seja ele uma cobra, um gato, um pássaro, um cão, etc. Através desses laços, criam-se amizades invejáveis, quebram-se barreiras, gozam-se os bons momentos e ultrapassam-se os maus e, só assim, pode ser sensibilizada a gente que abandona os seus amigos e, apesar de muitas delas serem dificilmente sensibilizadas outras certamente o serão ao verem a crueldade dos actos dessas pessoas e a solidão e o vazio que isso lhes trás.


Agora surgem outras questões, no entanto, a esta analogia feita pelo videojogo. Estarão os animais sujeitos também ao mesmo que os pokémons no videojogo? E a questão das pokéballs? Os pokémons também não estão presos aos seus treinadores contra a vontade deles? Se sim, onde está a moral nisso? Bom meus amigos, isso ficará para a parte dois deste post.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Partido dos Independentes

Um dos grandes males de que este país sofre é o da corrupção. Casos como o que foi descrito ontem na reportagem da TVI surgem todos os dias e são um bom retrato da promiscuidade que existe entre dinheiros públicos e vícios privados.

A corrupção atinge o seu expoente máximo ao nível partidário. A troca de favores é um trampolim para a ascensão no partido e quem chega ao topo teve que criar muitas amizades com quem está mais em baixo ou já esteve no topo da hierarquia partidária. Veja-se os casos de Miguel Relvas e Passos Coelho cujo passado cruzado na empresa Tecnoforma é um bom exemplo disto. Em muitos outros casos, a ascensão partidária está associada a um mecanismo de prestar vassalagem aos líderes dos partidos. São vários os casos de deputados que ousaram desafiar a unidade parlamentar em certas votações e que se viram peremptoriamente excluídos das listas nas eleições seguintes. Isto representa uma quebra ideológica, moral e democrática e conduz a um vazio cada vez maior entre quem elege e quem é eleito, ou seja, os nossos representantes, não representam a população, mas sim o partido.

O sistema constitucional português é muito limitado no que toca ao acesso dos cidadãos aos órgãos de decisão democráticos. Uma pessoa que queira candidatar-se a deputado tem que o fazer associado a um partido. Alguém que pretenda candidatar-se a uma Câmara Municipal tem que ser escolhido, na grande maioria dos casos, pelas distritais e concelhias dos partidos. Este processo é muito pouco democrático e pouco idóneo. Por um lado, os verdadeiros representantes são filtrados por uma minoria muito reduzida da população, e por outro, porque a verdadeiro processo de escolha não é baseado no mérito, mas sim graças à fidelidade ou não aos dirigentes partidários, que é ou não paga no futuro.

O sistema é mau, e pior ainda, a sua mudança é virtualmente impossível, porque isso iria contra os interesses dos próprios que a podem concretizar. É uma falha do sistema que necessita de uma verdadeira revolução democrática e dela deverão fazer parte todos os cidadãos. Basta percorrer um pouco a blogoesfera, para encontrar muitas pessoas que partilham ideias interessantes para o futuro do país e que estão plenamente conscientes das dificuldades que o país enfrenta. São pessoas instruídas e com vontade de participar na vida democrática, mas que não pretendem entrar no jogo do feudalismo partidário.

Desta forma, gostaria de partilhar uma ideia que pode aproximar os cidadãos dos seus representantes, criando uma plataforma para que tal suceda

Em contra-senso ao que descrevi, sugiro a criação de um novo partido, o Partido dos Independentes. Não é um partido como os outros. Verão que é diferente. Este partido baseia-se nos seguintes princípios:

  1. Só pode pertencer ao Partido dos Independentes o cidadão que nunca pertenceu a nenhum outro partido político. 
  2. O Partido dos Independentes deverá funcionar apenas como uma estrutura que permita o acesso dos cidadãos aos organismos democráticos e qualquer membro é livre de defender a ideologia que bem entenda.
  3. Por exemplo, a definição de listas de candidatos a órgãos de decisão democrática será baseada em critérios específicos e bem definidos, como por exemplo: obras publicadas, actividade científica, artigos publicados em revistas, artigos de opinião publicados em suportes de livre acesso, senioridade no partido, estudos e sondagens de opinião, cargos públicos passados, entre outros.
  4. O partido funcionará apenas como um suporte àqueles que em condições normais não tem acesso a candidatar-se a cargos públicos e não deverá ser um organismo forte por si. Deverá ter uma estrutura diretiva reduzida e cuja acção esteja bem definida.
  5. O ocupante de um cargo político eleito pelo partido não poderá acumular qualquer outro cargo público ou privado, no decorrer das suas funções.
  6. Os militantes deverão, porém, defender posições comuns no que diz respeito ao combate à corrupção, e ao combate à partidocracia e deverão ser solidários nestas mensagens com os restantes membros.
  7. O partido deverá sobreviver com as quotas e donativos dos seus militantes e com apoios públicos. 
Pode parecer estranho um partido defender algo que normalmente um partido não defende, mas este não é um partido qualquer. É apenas um partido que acha que não deviam existir partidos, mas que por ironia e paradoxalmente tem de existir, pois o sistema democraticamente fechado não permite o contrário. 

Para atingirmos o devido valor enquanto um país democrático, as instituições devem existir para servir aqueles que fazem parte do país, o seu povo e não para servir os interesses de uma minoria muito restrita.













segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O reinado dos discos rígidos



Usamos todos os dias, muitas vezes sem nos apercebermos, escondidos dentro das caixas dos nossos desktops dentro dos nossos portáteis e até viajam connosco se assim precisarmos, estão sempre lá à espera de serem usados, os discos rígidos.

Em 1956 IBM apresentou o primeiro disco rígido comercial, conhecido hoje em dia por Hard disk drive ou HDD, tinha 5MB de espaço e custava cerca de 50000 dólares, hoje podemos encontrar 3TB por 150 dólares (que é coisa de 600 mil vezes maior). Ao longo dos anos, como qualquer outra tecnologia, os discos rígidos foram continuamente revistos e melhorados, mas mesmo assim muito do seu funcionamento básico mantem-se inalterado há décadas.

Os discos rígidos contem discos magnéticos que são usados para ler e escrever informação em código binário, estes discos giram normalmente entre 5400 ou 7200 rotações por minuto. Toda esta informação é lida por uma cabeça de leitura que contem um electroíman. Este processo é tão rápido que milhões de bits são processados no tempo que leva a pestanejar.

 A olho nu, poderia julgar que os dois estão em contacto mas é falso, estão separados por uma distância mil vezes mais pequena que a espessura de um fio de cabelo, esta distância existe pelo mesmo motivo que os discos rígidos são completamente selados do exterior. A estas velocidades qualquer contacto com algo exterior, por exemplo uma pequena partícula de pó poderia ser catastrófico, a energia da colisão seria enorme.



Os HDD são sem dúvida uma maravilha da engenharia mecânica, que tem continuamente sido melhorado até aos limites físicos possíveis, mas esse também é o problema. Não há duvida que a tecnologia irá continuar a melhorar e discos maiores e melhores irão aparecer, mas por muito bom que sejam, continuaram a estar presos as limitações físicas que os seus primos mais pequenos também estavam.



Discos a serem lidos enquanto giram, faz com que sejam sensíveis a vibração, consumam muita energia e produzam muito barulho, e ainda estamos muito muito longe de conseguir meter um disco a girar a 100mil rotações por minuto a funcionar sem problemas. Mas existe uma alternativa e é algo que já usamos há imenso tempo, memoria flash.

Memoria flash foi uma tecnologia desenvolvida pela Toshiba pela década 80, é uma forma de que escrever e ler informação muito semelhante a memoria RAM, mas ao contrario da memoria RAM que necessita de estar constantemente a receber energia para não perder a informação que foi modificada, a memoria flash não necessita.

Esta tecnologia é mais conhecida por ser usada em cartões de memória para camearás digitais, telemóveis, leitores de mp3 e pens de usb. Nos últimos anos a sua procura tem aumentado e com ela aumentou significativamente a capacidade destes cartões, era só uma questão de tempo até rivalizar com a capacidade de discos rígidos convencionais.

SSD ( Soild-state Drive), não são mais que “pens gigantes” ligadas directamente à motherboard, já são usadas também há imenso tempo mas só recentemente é que se tornaram possiveis alternativas aos HDD.

Os SSD são na maioria melhores em todas as categorias contra as suas contrapartes, são mais rápidas a ler informação, são mais leves não produzem barulho, não necessitam de tanta energia, e são virtualmente imunes a qualquer problema fisco que poderia perturbar o bom funcionamento de um comum HDD. Também tem defeitos, a velocidade de gravação não é necessariamente maior e se acontecer algo problema com o SSD, toda a informação que lá esta será eternamente perdida sem forma de a recuperar.



Mas mesmo assim, as vantagens são bastante superiores as perdas, como por exemplo usar um portátil que não só será mais rápido como irá durar mais tempo de bateria.
Então porque é que esta maravilha ainda não é o padrão universal como discos de armazenamento de dados? Devido principalmente à pouca capacidade das drives existes e do seu elevado custo.

Memória flash já existe há muito tempo sim, mas só muito recentemente é que vimos cartões mais pequenos que uma moeda de 1 euro chegar aos 32GB. Muita desta explosão tecnológica foi devida principalmente da procura do mercado para telemóveis de topo, entre outros.
O mesmo não se pode dizer das drives SSD, que a procura como substituto para o HDD ainda é relativamente recente, por isso ainda estamos na fase de crescimento, mas para um observador a fase de maturação não esta muito distante.

O reinado dos HDD foi longo e próspero , mas aproxima-se do fim. Dentro de 5 anos, estas novas drives já deveram ter capacidade e custo para os rivalizar e dentro de 10 serão coisa do passado como os flopy disks.