A banana, conhecida por ser a fruta do homem pobre, não só devido a motivos economicos mas também pelo seu valor nutricional, sabor e fácil acesso todo o ano. Mas nem sempre foi assim, a banana mudou muito ao longo dos tempos e apesar de muitos de nós o desconhecer, há uma história e factos interessantes que vale a pena descobrir.
Oriunda do sudeste de Ásia, os registos mais antigos da
banana são datados em 600 A.C, por esta altura já se encontrava pela Malásia, China e
principalmente Índia. É dito que Alexandre o Grande encontrou este fruto
pela primeira vez em 327 A.C. e trouxe consigo para o ocidente. Mas a banana
nestes tempos era muito diferente daquela que conhecemos hoje em dia, na sua
forma, cor e sabor, e por isso não era tão popular mas mesmo assim gradualmente foi-se
espalhando pelos continentes em redor.
No século 15 os portugueses encontraram a banana no oeste de
africa, e são reconhecidos por introduzir o fruto as Caraíbas, ilhas Canárias e
ao continente Americano, o que por sua vez ajudou ainda mais a espalhar o fruto
e torna-lo cada vez mais popular.
Em 1870 foi quando o verdadeiro potencial económico da
banana foi explorado, por um grupo de americanos e europeus, tornando-se tão popular que actualmente é o 4º produto agricultural mais vendido no mundo, a seguir a trigo, arroz e milho. Globalmente o maior produtor de banana é a Índia, mas é no
Uganda onde o consumo é maior, onde em média uma pessoa consume 230kg de banana
por ano. O fruto é tão popular em Uganda que a palavra matooke, pode significar “comida” ou
“banana”. Mais de 100 mil milhões de bananas são consumidas anualmente.
Bananas vermelhas da Austrália |
Bananeiras são o nome que damos às árvores onde crescem as bananas, mas
é um erro, as bananas não crescem em árvores, mas sim em plantas herbáceas, as
maiores que existem. Actualmente existem mais de 1000 exemplares de bananas
pelo mundo fora, de vários tamanhos, cores como amarelo, verde ou vermelho,
algumas com grandes sementes no interior mas a maioria intragáveis e sem
grande sabor. Esta informação não coincide com a ideia clássica
que uma pessoa tem de uma banana, madura, amarela, doce e sem sementes. Mas isto
é porque a maioria de nós só come um único tipo de banana, uma que foi criada pelo próprio homem.
Um cacho de bananas no topo, com as flores no final, que por sua vez tambem são comestíveis. |
As bananas que comemos são na
realidade híbridas, ao longo dos anos o homem tem estado a misturar espécie atrás
de espécie, com a intenção de melhorar o fruto. Como resultado ficaram mais longas, mais saborosas e precisam de menos cuidados. Apesar de parecer que tem sementes muito pequenas no interior, estas são só vestígios
do que já foram e agora de nada servem. A falta de sementes significa que esta espécie
de banana, não pode reproduzir-se sexualmente, mas sim fazer cópias de ela própria
continuamente, não mais do que clones. Apesar de haver vantagens, como uma
produção mais rápida também significa que é muito vulnerável a vírus e bactérias,
o que pode originar uma extinção em massa rapidamente. Isto já aconteceu antes em
meados do século 20, a banana de escolha era Gros Michel, mas um
fungo que destruía as raízes, conhecido por doença do panamá, praticamente
arrasou com a espécie inteira. Cavendish é a que podemos encontrar no
supermercado e aquela que veio substituir a Gros Michel, por ser mais
resistente e maior facilidade de transporte. Mas mesmo esta tem as mesmas
vulnerabilidades, e hoje cientistas trabalham para arranjar uma forma de as
tornar ainda mais resistentes.
A banana tem um óptimo valor nutricional, é energética e
fácil de consumir (menos de duas horas) contém varias vitaminas e nutrientes,
tanto que uma banana só em si pode constituir ou complementar uma refeição rápida
e agradável e ajuda também na manutenção das defesas imunológicas do
organismos. Graça a sua riqueza em glícidos, vitaminas do grupo B, potássio e magnésio, as bananas
são um elemento importante para um bom desempenho muscular. Não é raro ver
tenistas a comer uma banana entre set’s. Curiosamente este facto também se encontra na própria casca de banana, não só é comestível como possui propriedades terapêuticas como ajudar em dores de cabeça ou picadas de mosquitos.
A influência da banana na culinária transcende em muito aquela de uma simples fruta de mesa. Em qualquer parte do mundo podemos ver pratos principais ou até bebidas com a banana como igrediente principal.
A influência da banana na culinária transcende em muito aquela de uma simples fruta de mesa. Em qualquer parte do mundo podemos ver pratos principais ou até bebidas com a banana como igrediente principal.
Uma informação
curiosa que não é do conhecimento popular é que todas as bananas são radioactivas. Na realidade um dos
alimentos mais radioactivos que costumamos consumir, mas felizmente é
inofensivo. A radiação provém de alguns isótopos de potássio que estão presentes
na banana, o mesmo potássio que o nosso corpo precisa para funcionar. Seria necessário comer 600
bananas para igualarmos a radiação de um raio-X ao tórax.
A banana é um fruto tão conhecido e tão adorado que consegue
sempre aparecer em qualquer tipo de mídia, seja livros, músicas, filmes e inclusive alguns mitos. E até
já chegou a ser considerada O pior Pesadelo
dos Ateus, como podemos ver no vídeo em baixo.
É claro que o argumento deste carismático senhor cai por terra quando pensamos em frutos como ananás ou cocôs, de acesso não tão simplista como a perfeita banana. E como já foi abordado em cima, a banana que conhecemos hoje foi totalmente criada pela mão do homem e não pela natureza, e a interpretação disto deixo ao críterio de cada um.
A banana é um fruto interessante, que merece algum
reconhecimento da nossa parte, não só porque a sua historia esta directamente
ligado com os nossos antepassados portugueses mas também como um alimento que
deve estar sempre presente no nosso dia-a-dia. A própria Cavendish não é
totalmente imune a doença do panamá, e existe a especulação que possa
desaparecer totalmente nos próximos 20 anos, por isso comam-na enquanto
podem.