Nintendo Wii U

A Nintendo Wii U chega finalmente as lojas portuguesas, a sucessora da máquina de imprimir dinheiro a nintendo Wii. Com o preço inicial de 300€ pela consola de 8Gb e o comando, ou por 350€ por uma consola de 32Gb que já traz o Nintendo Land. 

A Wii foi lançada em 2006 pelos olhos muito sépticos dos consumidores e dos entusiastas de jogos de vídeo, muito devido ao seu controverso e inovador controlador. Foi uma nova e diferente abordagem por parte da nintendo, mas também arriscada, que nos últimos anos estava longe dos dias de glória da era da NES e SNES, devido muito ao mercado ter oscilado para outras consolas, como a Playstation. 

Mas a consola iria vingar, com a filosofia que os jogos são melhores com amigos ou família, conseguiu cativar um mercado ainda muito pouco explorado, que mais tarde seria baptizado por casual gamers. 

Assim, contra tudo e todos, a Wii tornou-se a consola que mais vendeu na ultima geração com quase 100 milhões de consolas por todo o mundo.

Mas sua era acabou, como se consegue ver pelas quedas nas vendas nos últimos dois anos, por isso a Nintendo traz para mesa a sua nova aposta, com um novo comando invulgar e um nome idiota, a Nintendo Wii U.

O seu novo comando, uma mistura de um comando clássico com uma tablet, permite novas interacções com os jogos que até hoje não era possível. O comando pode servir como um visor alternativo, para mapas, inventário, etc. Também pode ser usado como realidade aumentada, aquilo que fazemos ou vemos pelo ecrã do comando, influência directamente o que se passa na TV. E se os jogadores assim quiserem podem jogar um jogo inteiro usando unicamente o comando, sem o auxílio de uma TV, tornando assim o comando numa "Wii U portátil”.

O comando a trabalhar em conjunto com a TV.

Mas a Nintendo não abandonou a filosofia da Wii, de jogar em grupo. Já se vê jogos onde varias pessoas podem jogar em simultâneo utilizando os antigos comandos da Wii em conjunto com o novo, onde muitos deles a pessoa que utiliza o novo comando da Wii U, torna-se o “Game Master” e tem um controlo adicional que os outros jogadores não têm.

Fácil fazer desenhos em Chat rooms

Tudo boas ideias, mas tal como nos dias inicias da Wii, o futuro desta consola ainda parecem estar em território cinzento. Primeiro a consola não apresenta um grande avanço gráfico no que toca as suas concorrentes, Playstation 3 e Xbox 360. Facto que se torna mais preocupante se se considerar a especulação que a próxima geração destas duas chega já no próximo ano.

A opção de portabilidade do comando levado ao extremo.

Mas se a Wii provou alguma coisa é que gráficos não são tudo nesta guerra, mas com o preço superior as actuais concorrentes pode tornar-se problemático. Mas o que a Nintendo terá que realmente de explicar as massas é o seu novo confuso comando. Tiveram o mesmo problema quando foi com a Wii, mas qualquer pessoa que via como se usava, começa a jogar os jogos em poucos segundos sem grandes dificuldades, o mesmo já não se pode dizer deste novo comando, onde muitas pessoas que já o usaram dizem que é confuso saber para qual dos dois ecrãs deveriam estar a olhar. Aqui a Nintendo arrisca-se a alienar o grande mercado que conseguiu conquistar com a Wii, mas se alguém consegue dar a volta a estes problemas é a Nintendo.

Restaurantes a mais

Num exercício de pura estupidez e bestialidade cósmica, uma série de betinhos da Assembleia vieram uma vez mais congratular o povo português com as bardalhices habituais. Citando: "Há restaurantes a mais!". Para estes iluminados existe um problema com a restauração em Portugal: existem simplesmente estabelecimentos a mais e eles estão a sofrer com a crise. Mas, na lógica destes senhores, há sem dúvida uma solução para resolver o problema de eliminar estes comedoiros em excesso... rufo por favor... ta na na nannnn, aumentar o IVA, pois claro. Obrigado senhores deputados... os restaurantes agradecem.

Android Top Ten Games

O Android é um grande sistema operativo e faz parte de uma revolução massiva que ocorreu no mundo dos smartphones. Actualmente será muito possívelmente o sistema operativo mobile mais usado no Mundo. Só a última frase daria para um escrever um livro sobre o assunto, mas isso são outras guerras.

A verdade é que os smartphones se tornaram potentes ferramentas de entretenimento, e entre as aplicações mais vendidas para Android, a maioria são jogos.

Desta forma, resolvi trazer a minha lista (altamente enviesada) dos meus jogos preferidos. Confesso que não sou particularmente fascinado pelo jogar, gosto de o fazer como forma de entretenimento rápido e fútil e que apenas uma muito pouca parte do tempo útil de uso do meu telemóvel é dedicada a jogar o que quer que seja. Mas eis a lista:

Primeiro alguns jogos que não chegam ao top 10, mas merecem uma menção honrosa:

Robo Defense - Um clássico jogo de Tower Defense com boa jogabilidade.
Sueca - Não muito popular, mas um jogo brasileiro que fica bem no telefone de qualquer tuga.
Grand Prix Story - Um simulador de uma equipa de corridas, bastante divertido
HueBrix - Um puzzle por níveis extremamente viciante.
100 Doors - Demoníaco. Apenas próprios para os fãs de quebra-cabeças frustrantes.
TripleTown - Puzzle com traços medievais. Revela alguns problemas de robustez.

Retomando:

10º - Angry Birds
Nenhum top 10 fica completo sem o Angry Birds, ou qualquer uma das suas variantes. Confesso que não sou grande adepto, mas os jogos estão muito bem conseguidos e são extremamente viciantes.

9º - Game Dev Story
Um simulador muito parecido com o Grand Prix Story, mas desta vez o jogador está no comendo de uma equipa de produção e desenvolvimento de jogos e consolas. Apesar dos gráficos simplistas e infatilóides é um jogo muito interessante.

8º - [ WordHero]
Um grande MMO de construção de palavras ao estilo Scrabble, quem construir mais e maiores palavras ganha a ronda. Bastante estimulante para recordar algumas palavras em inglês.

7º - All Talk
Um dos melhores jogos online multiplayer de sempre. Um jogador tenta descrever, falando, uma dada palavra. O som é transmitido para alguém nos confins da web que tenta adivinhar a dita cuja. A seguir os papéis invertem-se. Muito bom jogo, muito interativo e com uma componente social muito forte.

6º - Elemental
Puzzle ao estilo sudoku com múltiplos níveis, onde as peças são elementos naturais (água, fogo, terra e ar). Há sempre vontade de tentar bater o próprio record.

5º - HyperQuiz
Grande quiz online. Em cada ronda 4 jogadores tentam acertar 10 perguntas. O mais rápido ganha mais pontos. Um dos melhores jogos de quiz da web, com uma forte componente de aprendizagem e melhoria do conhecimento.

4º - 4 Player Reactor
Jogo muito divertido para jogar num tablet num almoço ou jantar descontríado com amigos. Entre 2 a 4 jogadores tentam ser os mais rápidos a clicar no botão correspondente à sua área de jogo, caso o enigma assim o justifique. É preciso ter dedo quente!

3º - Train Conductor
Muito divertido e viciante. A tarefa é simples: conduzir um grupo de comboios desgovernados às linhas certas. Há medida que mais e mais comboios aparecem o desafio torna-se cada vez mais complexo e imersivo. Não podemos deixar cair na água a responsabilidade de entregar cada comboio ao seu destino. Absorvente e para toda a família.

2º - Cut the Rope
Jogo intelectualmente bastante estimulante. Possui uma infinidade de puzzles físicos com múltiplos itens para resolver. A cada puzzle a dificuldade vai aumentando. Em alguns casos é preciso ter dedo quente, mas a maioria dos puzzles requer a astúcia na ponta dos dedos.
A resolução dos puzzles é um grande desafio e o facto de a cada etapa surgirem novos objetos com funcionalidades diferentes tornam este jogo um dos mais populares na PlayStore.

1º - Air Control
Esta é uma escolha muito pessoal e um dos primeiros jogos que está desde sempre no meu telemóvel desde que tenho um dispositivo Android. É extremamente aliciante para quem tem o bichinho do tráfego aéreo. O conceito é simples, num aeroporto em caos é necessário estar 100% atento e concentrado para comandar os aviões que vão aparecendo para as suas pistas correspondentes. Ao primeiro choque é GameOver! A cada movimento e a cada sinal de alerta, sente-se na pele a responsabilidade que está por trás, o sentimento de tentar resolver um caos em prol do bem comum. Fazer aterrar aviões é uma tarefa que esvazia muitas vezes a bateria do meu telefone, pois a tarefa é absorvente. É também um jogo para toda a família.

A TDT em Portugal

Nas últimas semanas tem sido debatido um tema que, infelizmente, a muitos tem escapado. Digo isto, porque na minha opinião ele devia estar na ordem do dia, na ordem da polícia e na ordem dos tribunais!

O tema é a tese de doutoramento de Sérgio Denicoli, investigador da Universidade do Minho que dissertou sobre o processo da implementação da televisão digital terrestre em Portugal. Ao longo dos últimos cinco anos, a televisão em Portugal sofreu uma mudança radical, passando da transmissão analógica para uma transmissão digital, mais eficiente e que permite libertar espectro electromagnético para outro tipo de transmissões.

Esta mudança, em si, não é trivial: envolve a necessidade de adquirir equipamento novo que descodifique o sinal digital para quem não teria já televisão por subscrição. Estes equipamentos tem custos que podem ser elevados e cuja compra e instalação é especialmente difícil para quem tem pouco dinheiro e poucos conhecimentos de tecnologia, como por exemplo a população mais idosa.

A verdade é que esta mudança foi acompanhada de indícios claros de corrupção entre a entidade que ganhou os concursos públicos para a implementação da TDT (a Portugal Telecom) e o Estado, por via da agência reguladora do processo (a ANACOM), o que conduziu a monopólios de mercado para a PT e a um péssimo serviço de televisão para os portugueses, como se descreve de seguida.

Denicoli levanta uma série de pontos em que o processo de implementação foi o mais peculiar possível e que são sucintamente elencados de seguida:

1. A Portugal Telecom venceu (sem oposição) o concurso para emitir os canais abertos generalistas no multiplex A. (O multiplex é um canal digital que permite a transmissão de vários canais de TV em simultâneo). Além disto, venceu ainda o concurso (a uma empresa sueca) para a emissão de outros canais nos multiplexs B a F. Porém nunca chegou a implementar a emissão nestes canais e ainda recebeu de volta a caução dada como garantia de instalação do sistema. Desta forma, foi impedida a existência de competição nas emissões TDT.
   
2. O apagão do sinal de televisão analógica ao longo de 2012 implicou a criação de zonas de sombra, isto é, zonas geográficas que o sinal terrestre não alcançava. Porém, isto não foi um problema para a PT, pois além de no processo de concurso, ter proposto um modelo de difusão do sinal que criaria áreas de sombra mais elevadas, garantiu ainda em concurso que teria o monopólio da instalação de sistemas de receção por satélite, mais caros, aos consumidores onde o sinal não chegava. Isto apesar de ter sido uma desvantagem para quem vivesse numa zona de sombra, pois acabou por ter de pagar mais pelo mesmo serviço, não foi uma desvantagem para a PT, que impingiu o sistema MEO aos consumidores, o que certamente contribui para um aumento de 185% de clientes em 2 anos.
   
   
3. Além do claro conflito de interesses descrito no ponto anterior, os habitantes das zonas de sombra (sobretudo população rural, mal informada) foram ainda mais prejudicados, pois a PT bloqueou a receção por satélite aos quatro canais generalistas, quando na realidade estes consumidores estariam perfeitamente habilitados a receber dezenas de canais extra.
   
   
4. Ao garantir o monopólio de transmissão terrestre em Portugal, a PT impediu ainda que as autarquias tenham a possibilidade de efetuar retransmissão do sinal e diminuir as áreas de sombra. Contribuindo isto para o acumular ainda maior da PT, por ter um mercado maior a quem vender o seu próprio serviço de TV por subscrição, o MEO, onerando ainda mais os subscritores,
   
   
5.  Na sua tese, Denicoli relata também a forma como existia um fenómeno de porta giratória entre o regulador (ANACOM) e o regulado (PT). Isto é, existiu troca de cargos recorrentes entre os órgãos da PT e da  ANACOM. Reguladores que passavam para o lado do regulado e vice-versa. Isto dava carta branca à PT para fazer o que bem lhe apetecesse relativamente à expansão do MEO e à implementação da TDT, já para não falar da aproximação da empresa aos partidos do arco do poder: PS e PSD que, espantem-se!, possuem uma rede de influências que nomeia os elementos do conselho de administração da ANACOM. Desta forma, os interesses privados viram-se sobrepostos aos interesses públicos, estes, que a entidade reguladora nunca se dignou a defender.
   
   
6. Como nota final, chega-se à simples conclusão que a implementação da TDT em Portugal foi magistralmente orquestrada para financiar e facilitar um grupo de telecomunicações, em detrimento dos consumidores que se viram resignados a um dos piores e mais caros serviços europeus de televisão terrestre e que ficaram impedidos de usufruir das vantagens que a tecnologia oferecia.
   

A PT ficou logo abespinhada com a escrita da tese, e pois claro que ficou, porque ai de quem neste país toque um milímetro que seja nos interesses instalados e na política de acumulação à custa do Estado e dos consumidores. Algo muito mal está a acontecer neste país e enquanto as políticas de compadrio e de aproveitamento subsistirem, a nossa democracia nunca atingirá o grau de maturação das democracias ocidentais.

Este caso é, como a PT indica, para os tribunais, com a diferença que é ela e a ANACOM que se devem sentar no banco dos réus.

Eleições Americanas

Muita tinta tem corrido sobre as eleições deste ano nos Estados Unidos, em particular as eleições para a Casa Branca, que decorrerão esta terça, 6 de novembro. Este escrutínio é, como habitualmente, um dos mais analisados em todo o mundo e a quantidade avassaladora de sondagens e estudos de opinião tornam possíveis uma grande diversidade de interpretações. Enfim a democracia é isso mesmo. Para quem está interessado em analisar ao detalhe alguns desses dados, sites como o FiveThirtyEight, ou o RealClearPolitics são bons exemplos.

A eleição para a presidência norte americana é tanto ou quanto especial, pois é uma eleição indireta, em que o presidente é eleito por um colégio eleitoral, cujos membros são escolhidos consoante a votação de cada estado membro. Uma explicação simples pode ser vista aqui.

Este ano, a luta é entre o actual presidente, Barack Obama eleito em 2008 pelo partido democrata, e Mitt Romney, o ex-governador do Massachusetts, pelo partido Republicano.

Estes dois senhores tem passados muito distintos, Obama vem de origens humildes, passou por uma infância multi-cultural com um pai ausente. Terá em grande parte sido criado pela mãe e pelos avós maternos. Formou-se em Direito em Harvard, passou por uma experiência de organizador social em Chicago, foi senador estadual e federal e assumiu a presidência no início de 2009. por seu turno, Mitt Romney terá nascido em berço de ouro, tem uma família de grande tradição empresarial e política, foi pastor mórmon, gestor de várias empresas e governador do Massachusetts.

Há cerca de 4 anos, quando Obama foi eleito, a sua campanha foi umas das mais alternativas de sempre. Tanto em termos de forma como de conteúdo. Foi o advento da política pela Net. Muitos votantes jovens foram cativados pela campanha de Obama nas redes sociais e no Youtube. Algo para o qual a campanha de John McCaim não estava preparada. Em relação ao conteúdo, Obama tinha uma mensagem totalmente diferente da dos políticos americanos na generalidade: a sua mensagem era de esperança, de união, de tentar encontrar soluções comuns para problemas comuns, era o advento do bipartidarismo. Era uma mensagem muito difícil de combater e Obama foi eleito pela diferença e pela perspetiva de mudança.

Volvidos quatro anos, a mensagem da campanha atual é totalmente distinta, e isso é devido ao maior murro no estômago da sua presidência: o falhanço da sua política de tentar unir os partidos para resolver os problemas americanos! Obama tinha pouca experiência a trabalhar em Washington e a suas ideias para fazer juntar os intervenientes políticos, muito baseadas provavelmente nas suas origens multiculturais saíram defraudadas. O partido republicano não facilitou a vida de Obama e isso reflete-se no seu discurso altamente polarizado neste campanha em que muitas vezes reitera que os americanos tem de escolher entre duas visões totalmente distintas para a América.

As duas visões estão relacionadas na forma com questões fraturantes da sociedade: a quem se aumenta ou reduz os impostos; aborto; direitos das mulheres; política social e de saúde; peso do estado, direitos dos homossexuais etc... Obama é a favor da redução dos impostos para a classe média, enquanto que Romney pretende reduzir os impostos para os mais ricos. Obama é pro-choice e Romney pro-life. Obama pretende um sistema de saúde universal enquanto que Romney acha que o estado não se deve meter nas escolhas de saúde dos cidadãos. Posições muito extremadas e na maioria dos casos antíteses completas.

Do ponto de vista dos povos europeus, que não levam ao extremo as ideias selvagens do capitalismo americano, Obama é claramente o candidato com o qual este lado do mundo mais se identifica. Ao contrário do antigo presidente Bush a sua popularidade é bem maior fora dos Estados Unidos do que o contrário. As suas políticas anti-austeridade poderiam servir de exemplo para muitas das situações que estão a decorrer na Europa neste momento, assuntos que curiosamente estão totalmente ausentes da campanhas presidenciais.

Será que Obama conseguirá convencer os eleitores a confiar-lhe mais quatro anos à frente do país? Esta noite o saberemos!

Sarah Palin, the Game Changer

Sarah Palin, antiga governadora do estado norte-americano do Alaska, é uma das maiores red-necks alguma vez imaginada. No sentido conservador. Esta mulher é tão pró-vida que recusaria fazer um aborto se engravidasse de um possível violador. Sarah Palin saltou para a ribalta depois de ter sido escolhida por John McCain como a sua candidata a vice-presidente nas eleições americanas de 2008.

O recente filme Game Change trata especialmente os eventos ocorridos durante a campanha para essa mesma eleição, relatando em pormenor o processo e os motivos da escolha de Sarah Palin para candidata e as consequências de tal decisão. A ideia subjacente era simples: sendo McCain visto como um moderado dentro do partido republicano não havia grande forma de apelar às bases mais conservadoras dentro do partido e sem essas bases era impossível sequer sonhar em ganhar a eleição. Por outro lado, o candidato republicano obtinha resultados bastante maus nas sondagens no que dizia respeito ao voto feminino, o que sustentaria a sua necessidade em escolher uma candidata do sexo oposto.

Fazendo justiça ao filme, ou partindo do princípio que a maioria dos acontecimentos narrados são verdadeiros, Sarah Palin revelou ser o maior fiasco à face da terra. Ela era inculta, ignorante, incompetente e mentalmente instável. Tudo características perfeitas para quem estaria a um passo de ascender à presidência dos Estados Unidos. Numa análise mais profunda ao filme, é fácil de perceber que a campanha não pretendia que Palin fizesse a diferença pelas suas idealogias políticas (já por si terríveis), o que se desejaria era que ela se tornasse uma super star do partido republicano, que conseguisse cativar os votos das bases e da ala ultra-conservadora do partido (aqueles que dizem que o Obama é muçulmano, comunista, terrorista e que está por trás do 11 de setembro).

Enfim, o filme é um must see. Chegou mesmo a ganhar cinco Emmy’s este ano.

Para além disso, eis dois vídeo para abrir o apetite. O primeiro em que Sarah Palin se diz muito mais experimente em política externa, pelo facto de o Alaska fazer fronteira com a Rússia e o segundo em que mesmo depois de lhe perguntarem explicitamente que jornais lia regularmente, e ela responder “todos”, foi incapaz de nomear um que fosse para amostra!

Ornitorrinco - O erro de Deus

Ornithorhynchus anatinus ou melhor conhecido por Ornitorrinco por estas partes do mundo, é um mamífero muito interessante que vale a pena explorar um pouco.

O habitat natural do Ornitorrinco é na Austrália, o primeiro contacto que os europeus tiveram com esta criatura foi no final do século 18 e na altura a descrição que enviaram para casa deixou muitos cientistas a ponderar se aquilo não era tudo uma farsa.

As suas suspeitas, para quem nunca tinha visto um Ornitorrinco, de ser uma mentira era até eram razoáveis, pois esta criatura tem sem dúvida uma forma muito particular e bizarra. A primeira coisa que se destaca é o seu grande bico de Pato e o seu pêlo acastanhado (que é impermeável). Observando a sua cauda grande achatada (que serve para armazenar gordura) e as suas patas iguais a de um Pato, o Ornitorrinco parece um cruzamento entre um Castor e um Pato o que lhe dá uma aparência bastante estranha mas até engraçada.

Os Ornitorrincos vivem em tocas sempre perto de rios, pois este é um animal que nada melhor do que anda. O Ornitorrinco é um carnívoro, alimenta-se principalmente de pequenas criaturas marinhas, alguns insectos marinhos, pequenos camarões e caranguejos. Peixes, rãs e plantas não perecem a sua dieta habitual.

O Ornitorrinco fecha os olhos ouvidos e narinas quando mergulha num rio, o que leva a pergunta, como pode ele encontrar comida dentro de água? Usando electro-sensibilidade. O Ornitorrinco não precisa de escutar, ver ou cheirar para encontrar a sua presa, só precisa de esperar. Usando electro-receptores no momento que qualquer presa faça um movimento muscular, um sinal eléctrico será emitido entre o cérebro e o membro da criatura, sinal esse que irá igualmente viajar pelas águas do rio e será captado pelo Ornitorrinco. Não só irá reconhecer a origem e posição desse sinal como dependendo da intensidade do mesmo, consegue medir a distância e tamanho da criatura. Só existe mais um mamífero com esta habilidade, a équidna, mas o Ornitorrinco é de longe o melhor dos dois .

Em termos de tamanho, um adulto Ornitorrinco nunca cresce muito mais que 50 cm, o que lhe dá uma tamanho bastante agradável para muitos predadores e o facto de não ter qualquer dente para o ajudar a defender não ajuda muito a sua situação. Mas o Ornitorrinco tem mais uma habilidade fora do vulgar, as suas patas traseiras contêm ferrões cheios de veneno. Este veneno não é letal aos seres o humano, mas consegue matar animais menores, como por exemplo cães. Apesar de não ser letal a uma pessoa, é dito que a dor é extremamente agonizante que facilmente consegue incapacitar. O veneno pode até criar uma hipersensibilidade à dor que pode levar dias ou meses até passar.

Um mamífero que produz veneno e tem electro-sensibilidade já o faz bastante bizarro, mas ainda há mais surpresas estranhas por revelar.

O Ornitorrinco pertence à ordem Monotremata, é o único entre duas espécies de mamíferos existentes, que põe ovos, o outro é mais uma vez a équidna. Este facto que não corresponde de todo a um comum mamífero, só foi confirmado em 1884. Durante 28 dias a fêmea irá produzir os ovos dentro de si, e irão chocar 10 dias depois no exterior. As crias depois de saírem dos ovos, cegos e sem pelo irão sobreviver com o leite da mãe, apesar de ter glândulas mamarias a fêmea não tem mamilos, e irá segregar o leite por poros que tem no ventre, para que as crias consigam beber.

Um mamífero que tem uma aparência que sugere um cruzamento entre um Pato e um Castor, não só isso mas tem electro-receptores, produz veneno e põe ovos? Sim, sem dúvida que o Ornitorrinco é um dos (senão o mais) estranhos animais que existe. Mas ainda há mais uma surpresa que o Ornitorrinco estava a guardar para a nossa geração.

Em laboratório, cientistas começaram a mapear o código genético do Ornitorrinco, só para constatar o bizarro facto que o Ornitorrinco é parte mamífero, parte ave e parte réptil. Afinal que criatura temos aqui? Que aberração genética foi criada ao longo de milhões de anos de evolução?

O Ornitorrinco pertence à família Ornithorhynchidae, durante os últimos 120 milhões de anos houve varias espécies pertencentes a essa família, mas nos dias de hoje, o Ornitorrinco é o único representante vivo. E ao longo de esses milhões de anos a sua fisiologia não mudou muito. O que leva alguns cientistas a estudar o Ornitorrinco para perceber a ligação evolutiva entre as espécies. Acredita-se que todas as espécies de mamíferos vieram de repteis ( e por sua vez as aves) através de milhões de anos de evolução. Mas apesar de maior parte deles (incluindo os humanos) terem desviado bastante da sua genesis, os Ornitorrincos ainda mantiveram certas características, o que dá uma oportunidade única que estudar e compreender melhor o processo evolutivo.

Em conclusão, será o Ornitorrinco um erro divino? Certamente que não, é um animal incrível com capacidades sem igual, que ignora tudo o que é senso comum para o estudo das espécies. Não, o Ornitorrinco não é um erro, é uma maravilha evolutiva.

mais fontes:
http://www.gondwananet.com/australian-animals-platypus.html
http://animals.nationalgeographic.com/animals/mammals/platypus/