quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

As crianças NÃO aprendem mais depressa.



As crianças aprendem muito depressa, não há como negar isso, apenas em dois anos passam de pequenos blobs que pouco fazem mais do que chorar e causar dores de cabeça, para pequenas criaturas que correm de uma lado para o outro enquanto questionam aquilo que os rodeia. 

O cérebro de um bebé tem uma elasticidade enorme, os neurónios conseguem criar pontes entre si de uma forma muito rápida e eficiente, e é algo que não irão perder durante muitos anos, por isso vemos crianças que ainda só dizem uma ou outra palavra em poucos anos a construir frases e pensamentos para responder aos pais. Esta evolução é espantosa sem duvida, mas por outro lado, que alternativa têm?

Desde o seu nascimento um bebé nasce para um mundo que o irá bombardear de informação, som, luzes, paladar, olfacto o tacto, esta constantemente a receber estas informações e ainda pouco sabe o que fazer com elas, mas vai ter que aprender e depressa. À medida que o cérebro começa a dar sentido a isto tudo, também tem que começar a aprender a usar os próprios membros, para poder andar e ganhar destreza nas mãos, isto tudo enquanto continua a descodificar o significado daqueles estranhos sons que saem da boca dos pais.

Sim, aprendem depressa, mas pouca escolha têm nessa questão, e não vão ter tempo para descansar este pequeno cérebro aos cinco seis anos irão pela primeira vez para uma escola (se ignoramos a pré-escola que algumas crianças frequentam) e lá irão ainda ter mais estímulos, mais informação, irão ter que aprender e estudar, e esta vida de aprendizagem irá continuar até chegarem a vida adulta.

Por isso é natural que venha a ideia, crianças aprendem mais depressa que os adultos e em muitos casos é verdade, mas não pelo motivo que pensamos. Cada um de nós terá que fazer escolha importantes enquanto aproximamos da fase adulta, muitas delas irão definir como iremos viver até ao nosso último dia, iremos trabalhar e focar a nossa atenção principalmente nisso, iremos ter uma conforto intelectual sobre aquilo que aprendemos até então e a necessidade de aprender algo novo torna-se inconveniente ou até desnecessário. Os anos passam e ficamos mais velhos, olhamos para a nova tecnologia que acabou de sair e pensamos; “Ui não percebo nada disto, é como diz o ditado, não se pode ensinar novos truques a um cão velho”, mas este raciocínio é falso (inclusive esse mito dos cães).


O cérebro tem sensivelmente 80 mil milhões de neurónios, passam estímulos eléctricos uns pelos outros para deixar a informação fluir, controlam tudo que se passa no nosso corpo e tudo com a nossa mente. Formam pontes entre eles enquanto pulsam constantemente, como um rio de informação que esta sempre a fluir. E ao contrário do que se acredita o cérebro consegue criar novos neurónios se assim for necessário para compensar a perda de outros, mas é uma habilidade que se vai tornado menos eficiente a medida que envelhecemos. Mesmo assim não devemos abusar e tornar a nossa missão destruir o maior número de células cerebrais possíveis. Existem varias causas, stress, falta de nutrição, snifar tinta, etc. E muitos problemas de saúde estão ligados a perdas abundantes deles, como Alzheimer.

Sendo assim o nosso numero de células cerebrais não vai ser significantemente diferente de uma criança, porque então o contraste de velocidade de aprendizagem? 

Esta tudo no esforço e no trabalho que cada um coloca nas novas tarefas. Uma criança esta colocada num ambiente inteiramente desenhado apara aprender desde que acordam até se deitarem, mas há muito esforço pelo meio e muita pressão social. Mesmo em criança, nenhum de nós deseja ficar para trás, queremos sempre acompanhar o progresso do resto da turma, mas nem sempre era fácil, dominar a escrita, memorizar a tabuada, todos nos podemos relembrar de alturas que parecia impossível aquilo que nos estavam a pedir, os anos passam e pensamos, bolas era tudo tão fácil! Mas não, não era, naquela altura era tudo chinês.

Pelos erros aprendemos, e com eles melhoramos. E aqui esta a verdadeira diferença entre a aprendizagem de um adulto e a de uma criança, o que fazer quando cometemos erros.
Existe uma ignorância generalizada, sobre o que significa ser esperto ou ser inteligente, associamos isto a infalibilidade intelectual, mas isso é incorrecto. Ouvimos mães babadas a comentar que os seus filhos são tão esperto, que raramente comentem erros, não como os filhos da outras que são burros e sempre a errar. Esta é a ideia generalizada que atravessa continentes, etnias e culturas, mas é totalmente falsa. Um perito numa área é uma pessoa que cometeu todos os erros possíveis e o que sobra são só as respostas correctas.

Aprendemos porque errámos, não consigo stressar esta frase o suficiente, é algo que ninguém nega, mas também muitos poucos percebem realmente o que significa. Cada vez que erramos temos que fazer uma escolha, aprender com o erro para não o voltar a cometer, ou simplesmente ignorar e seguir com as nossas vidas, infelizmente a segunda é a mais comum.

E porque? Porque desistimos tão facilmente? Certamente que a personalidade de cada um é um factor muito importante neste assunto, mas há mais. Como associamos erroneamente o acto de falhar com estupidez e incapacidade de aprendizagem, criamos um estigma em volta do assunto. Tentei algo novo e falhei, serei certamente burro e velho demais para isto e não farei perguntas para corrigir a questão pois a vergonha será demais. Vivemos numa sociedade que as pessoas preferem ficar caladas e ignorantes para preservar aparências de algo que não são, do que simplesmente perguntar e passar a ser aquilo que aparentam.

Mas não mesmo em adultos não há motivo nenhum para aprender algo novo. Um bom exemplo será tentar dominar uma nova língua, isto não é uma tarefa fácil, isso é verdade e isso leva muitos a desistir e acreditar que é impossível, mas uma criança de 4 anos já esta a dominar a sua nova língua, e é um pouco insultuoso pensar que algo que mal sabe que esta vivo é melhor a dominar algo do que um adulto. As crianças falham, falham e voltam a falhar, mas com o tempo irão melhorar, é inevitável, o mesmo acontece com os adultos. Mas o estigma esta sempre nós, falhar é sinal de estupidez para que voltar a tentar? Mas é um erro, se realmente desejarmos dominar algo novo, temos que errar, outra vez e outra vez e aprender com cada erro. A única real vantagem que as crianças têm, é uma quantidade imensurável de tempo e a falta de responsabilidades. Ao passo que um adulto tem anos de experiencia que pode usar para se adaptar a um novo ambiente.

E penso que esta informação é uma boa fonte de inspiração, uma mensagem que não somos velhos demais para aprender novas artes, novas línguas, novos conhecimentos, que a ideia que somos velhos demais é falsa, que o que realmente interessa é dedicação e muito muito trabalho e esforço, no final do dia, os limites que são auto-impostos muitos na realidade não existem, se desejas apreender algo novo, desistir será o que te irá impedir, nada mais.




Mais links:






quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Videojogos – Banda Sonora top 10 2007-2012


Saudações caros bloguistas! Para o primeiro post de 2013 deste magnífico blogue venho-vos falar de videojogos, particularmente da banda sonora destes. Desde o início dos tempos dos videojogos, a música teve sempre grande parte nos videojogos, desde as músicas mais simples (mas muito boas) em 8 bits como a do famoso Super Mário Bros., às orquestradas e mais complexas, como as do World of Warcraft – Wrath of the Lich King. Eis que, ao ouvir algumas destas músicas nos últimos dias, decidi fazer um pequeno top das minhas favoritas dos últimos cinco anos (de jogos que eu joguei). E sem mais delongas, cá vai com o seguinte formato, Título – Jogo (Artista):


10. The Idol of Time and Space – Devil May Cry 4 (Tetsuya Shibata)




Devil May Cry um franchise da Capcom que, por hábito tem um tipo de banda sonora de punk rock, ritmo muito acelerado, esta música prova que apesar de tudo os jogos de Devil May Cry não são apenas pancadaria sem fim, mas algo mais está no núcleo do jogo.


9. Volcanic Rim Stage – Street Fighter 4 (Hideyuki Fukasawa)




Música electrónica fantástica a um ritmo acelerado, é o como classifico a banda sonora de Street Fighter 4. Um excelente trabalho de Hideyuki Fukasawa que tem por hábito trabalhar com a Capcom. Agora sabemos porque é a escolha acertada, basta carregar no play e ouvir!


8. Last Battle – The Witcher (Adam Skorupa)




Baseado nas obras de Andrzej Sapkowski, The Witcher conta a história de Geralt que vive num universo cuja época é similar à medieval. Num mundo corrupto e severo, Geralt um dos restantes witchers caçadores de monstros e de mortos-vivos, apesar de não ser do seu interesse salvar o próximo muitas vezes é colocado na pele de um salvador. Esta é uma das músicas de combate do jogo.


Quanto ao artista Adam Skorupa, é um senhor polaco nascido em 1975 que formou juntamente com um amigo (Pawel Blasczak) a gamesXsound, um estúdio de produção de música e som. Em 1997 também formou um grupo de trance chamado Aural Planet que lançou até à data seis álbuns.


7. Hot Damned – Super Meat Boy (Danny Baranowsky)




Considerado por muitos críticos o melhor jogo de plataformas de 2010 Super Meat Boy é um jogo um pouco bizarro e único em termos de história e personagens. Como o nome indica Meat Boy é um bocado de carne vivo e tem de salvar a sua namorada Bandage Girl, do Dr. Fetus. Entre muitos obstáculos que variam de simples paredes a serras elétricas rotativas o Meat Boy deve chegar até ao fim do nível representado pela sua amada saltando por cima de cada obstáculo com uma perícia nunca antes vista num pedaço de carne.

Danny Baranowsky, autor da banda sonora do jogo e fundador da dB Soundworks fez maioritariamente bandas sonoras para outros videojogos e filmes indie como o Binding of Isaac e Canabalt.


6. Downstream – Braid (Shira Kammen)




Um dos primeiros jogos puzzle de plataformas desta geração, Braid destacou-se por ter uma mecânica muito interessante de manipulação de tempo, como voltar atrás, criar dimensões temporais, etc. Também se destacou, claro a fabulosa banda sonora da autora Shira Kammen, uma multi-instrumentalista que se dedica a música tipicamente medieval.


5. The Ballad of the Space Babies – Super Brothers: Sword & Sworcery EP (Jim Guthrie)




Sword & Sworcery é um jogo de fantasia, no qual o jogador encarna uma personagem feminina denominada de Scythian que parte para as Montanhas Caucasus numa demanda conhecendo variadas personagens amigas e inimigas.

The Ballad of the Space Babies é o nome do 11º álbum solo de Jim Guthrie e devo dizer que é absolutamente imersiva e ela própria parece contar uma história que encaixa na perfeição no jogo.


4. Main Theme – The Elder Scrolls V: Skyrim (Jeremy Soule)




Uma das músicas que mais impacto causou sem dúvida esta, cuja participação no trailer do videojogo causou um impacto enorme junto da comunidade de elder scrolls e não só. Esta faixa enquadra-se lindamente ao jogo de proporções épicas composta por um artista já habituado a este tipo de videojogos e proporções épicas, com a sua participação na banda sonora do Warhammer 40K: Dawn of War e Guild Wars, assim como todos os outros elders scrolls a partir do 3º título.


3. Slinger’s Song – Bastion (Darren Korb)




Quem não gosta de blues é um nabo! Ok, agora fora de brincadeiras, Slinger’s Song é uma das melhores músicas desta excelente banda sonora de Bastion, que parece saído dum western clássico. Darren Korb artista americano que trabalhou para a indústria cinematográfica e televisiva agora uma autentica banda-de-um-só-homem da Super Giant Games que são os tipos que desenvolveram o videojogo em questão.


2. Dark One – Scott Pilgrim VS The World (Anamanaguchi)




Scott Pilgrim VS the World! Um jogo de 2010 desenvolvido pela Ubisoft Montreal, do género de acção e de luta, ao bom estilo da velha guarda de jogos como o streets of rage e o final fight, entre outros que definiram o género Fighting side-scrolling 2D. É baseado no livro de banda desenhada Scott Pligrim VS the World Todo o jogo tem uma banda sonora excelente, mas escolho esta em particular que é dum boss chamado Nega-Scott, a versão maléfica de Scott Pilgrim que este deve lutar, de forma a poder estar com a rapariga de quem gosta.

Quanto aos artistas que desenvolveram esta brutalíssima banda Sonora, Anamanaguchi é um grupo de músicos composto por Peter Berkman, James DeVito, Ary Warnaar e Luke Silas. O género de música ao qual se dedicam é o chamado rock chiptune, que é composta utilizando sintetizadores, no entanto a particularidade desta banda é o facto de usarem, também uma NES e um Gameboy “hackados” para tocar e compor as suas músicas.


1. Arthas, My Son – World of Warcraft: Wrath of the Lich King (Glen Stafford)




Quem me conhece sabe que esta música tem de estar no top. Composta por Glen Stafford, é realmente fenomenal o que, para muitos apenas “um vício manhoso” ou “má influência”, consegue criar. Toda a banda sonora desta expansão em particular para o famoso MMORPG da blizzard é absolutamente fantástica, com uma temática “nórdica” muita da música é tem um toque celta. Esta música é a que toca durante o vídeo introdutório à expansão, também ele muito bem feito e que recomendo que vejam.


Relembro que top 10 são visões muito subjectivas dos autores das listas e espero que os vastos leitores do blogue compreendam que não represento ninguém nas escolhas a não ser eu próprio. Hasta la próxima entrada, gringos!